Maior hospital psiquiátrico de Minas Gerais, em São Sebastião do Paraíso, passa por nova crise e pode fechar as portas, diz direção
08.05.2025
Atualmente, ela opera com prejuízo mensal de R$ 500 mil por mês.O Gedor Silveira, maior hospital psiquiátrico de Minas Gerais, pode fechar as portas. Segundo a gestão, o motivo é a falta de recursos. A unidade de saúde atende atualmente 90 pacientes, mas não tem recebido novos pacientes porque não consegue cobrir os custos.
No Hospital Gedor Silveira, o atendimento é voltado para pessoas com transtornos psiquiátricos, dependentes de álcool e outras substâncias. Elas passam pelo tratamento e ainda participam de oficinas e atividades esportivas. Mas a assistência a esses pacientes está comprometida.
"O custo do hospital gira em torno de R$ 800 mil mês e o déficit está em torno de R$ 500 mil mês. Então, é um déficit bem alto que dificulta esse manejo na quantidade das atividades", explicou a gestora do hospital, Gabriela Silveira.
Em outubro de 2023, 60 municípios que são atendidos pelo hospital fecharam um acordo com o Ministério Público para repassar em R$ 2,5 mil mensais à unidade de saúde. Isso ajudou nas contas, mas com o fim dos repasses, em outubro do ano passado, a situação piorou.
Atualmente, são 90 pacientes internados no Gedor Silveira. Mas desde o mês passado, a instituição não recebe novos pacientes por conta da questão financeira. A gestão do local informou inclusive que não descarta a hipótese de que todas as atividades sejam encerradas.
"A atitude técnica de não aceite novos pacientes é justamente para finalizar de forma técnica e digna o acolhimento dos pacientes que aqui estão, e sim, é grande a chance de realmente nós finalizarmos os atendimentos aqui no Hospital Gedor Silveira", disse a gestora do hospital.
Outro problema enfrentado tem relação com o valor repassado pelo SUS por paciente, que está congelado desde 2018, em pouco mais de R$ 80. Hoje, para cobrir os custos, o valor tinha que ser de R$ 253 reais por pessoa.
A psicóloga Márcia Cristina Fernandes explica que o trabalho realizado pelo Gedor é amplo. O paciente pode ficar até 45 dias no hospital. Para ela, os Centros de Atenção Psicossocial, chamados CAPS, não possuem estrutura suficiente para prestar o mesmo serviço.
"Os pacientes que nós recebemos são aqueles pacientes que estavam em crise grave, a gente trabalha com pacientes crônicos, mesmo os dependentes químicos que estão apresentando delírios, algum comportamento inadequado, agitação psicomotora, que não consegue ser contido no CAPS. Então com o fechamento do hospital, o CAPS vai ter que ter outras propostas de trabalho para estar trabalhando esse paciente em crise, onde ele também coloca em risco tanto a família, contra a si mesmo e também os profissionais que vão lidar com ele", disse a psicóloga.
A reportagem da EPTV entrou em contato com o Ministério da Saúde para saber como fica a situação do hospital, mas não teve retorno até essa publicação.

Compartilhar
Veja também

Gripe aviária: Brasil investiga seis casos suspeitos
20.05.2025
'ÉPra cantar - Edição Especial Dia do Rock': EPTV lança concurso musical e prêmio será apresentação em festival
20.05.2025
Decreto regulamenta Nova Política de EaD no ensino superior
20.05.2025
Sindicato e MDA promovem diálogo com agricultores familiares em Muzambinho
19.05.2025
Homem de 66 anos é espancado e morto após discussão com vizinho em Areado, MG
19.05.2025
Acidente envolvendo ônibus próximo a praça de pedágio deixa 2 mortos na MGC-491, entre Varginha e Três Corações, MG
19.05.2025
Jovem de 20 anos morre baleado em Guaxupé
19.05.2025
Campeonato Regional de Vôlei de Areia 2025 em Muzambinho
16.05.2025
Pint of Science pela 2ª vez em Muzambinho
16.05.2025