O Governo de Minas Gerais anunciou que pretende instalar mais de 200 radares em rodovias que cruzam o Sul de Minas. O número de novos controladores e redutores eletrônicos de velocidade deve chegar a 764 em todo o estado.

O edital de licitação foi publicado em dezembro de 2024. As propostas para explorar o serviço serão abertas no dia 10 de fevereiro, conforme informado pelo governo.

No Sul e Sudoeste de Minas, está prevista a instalação de 202 radares em 76 cidades. O levantamento, feito pela EPTV, com base na lista do Departamento de Estradas e Rodagens de Minas Gerais (DER-MG).

As rodovias que devem receber os equipamentos fixos passar por municípios como Poços de Caldas, Pouso Alegre, Varginha, Passos e Lavras.

Os softwares utilizados pelos radares são atualizados com frequência e os equipamentos já são capazes de realizar a leitura automática das placas.

Por meio dos radares, são coletados dados como meio de transporte utilizado, quantidade de veículos que vão de um local para outro, velocidade média dos veículos, tempo estimado de percurso, entre outras informações.

O departamento divulga no site a rodovia, o quilômetro, a cidade, a velocidade regulamentada, quando o radar operou em modo educativo, o início de sua operação no modo de autuação, além de outras informações complementares sobre os seus radares fixos e portáteis.

Radares contra acidentes

Segundo dados do Governo de Minas, de 2011 para 2024, houve uma redução de quase 80% dos acidentes. Em entrevista à EPTV, afiliada Globo, o consultor de trânsito Sérgio Carvalho explica que esta redução se refere ao ponto crítico onde foi instalado o equipamento eletrônico de fiscalização.

"Tem até alguns casos em que se coloca o radar e acaba até zerando o índice de acidente de trânsito. Então essa redução tem tudo a ver, porque o radar tem uma ação educadora muito interessante e que obriga o pessoal a reduzir a velocidade e automaticamente diminuir a sinistralidade", explica.

Para que um radar seja instalado em uma rodovia, é necessário seguir critérios técnicos estabelecidos pela resolução do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN).

"Logicamente, para ser instalado, tem que ter um estudo técnico levantando situação crítica, índice de acidente, violência, risco na via e assim por diante. Então não pode simplesmente ir colocando no lugar por 'achismo', vamos dizer assim. Tem que fazer um estudo técnico pertinente à colocação de todos os equipamentos para a aferição do Inmetro", ressaltou.

Apesar do impacto positivo dos radares, o consultor de trânsito reforça que a responsabilidade de evitar acidentes não recai apenas sobre os equipamentos ou as autoridades.

"O papel dos motoristas, primeiro, é que todo mundo tem que conscientizar que o trânsito seguro é um direito de todos. Então, o motorista tem que exigir da autoridade de trânsito com circunscrição na via que faça medidas mitigadoras para reduzir os riscos da via. Esse é um ponto. E o outro ponto que o motorista deve também ser prudente, dirigir com segurança, com cautela, sem efeito de qualquer tipo de substância psicoativa e assim por diante. Então, tem dois passos. Um é cobrar o direito e o outro cumprir com a obrigação", completou.

Licitação de equipamentos

O Governo de Minas informou que, com essa iniciativa, o número de equipamentos vai aumentar, passando dos atuais 536 para 1,3 mil.

O investimento destinado aos novos radares está estimado em R$ 313.203.444,11 para efeitos de licitação.

A licitação e os contratos dos novos equipamentos de controle e de redução de velocidade serão divididos em sete conjuntos aglutinados em unidades regionais do DER-MG.

Governo de Minas pretende ampliar segurança nas rodovias com instalação de mais controladores e redutores eletrônicos de velocidade — Foto: DER-MG / Divulgação

Os lotes de 1 a 6 serão os responsáveis pela realização dos estudos técnicos e pela disponibilização, instalação, sinalização, aferição, operação, manutenção, realocação, monitoramento e fornecimento das informações, dados e imagens ao DER-MG e ao Centro de Gerenciamento Operacional e Processamentos do departamento (CGOP).

Já o lote 7 será responsável pelo CGOP, com atribuições de assessoramento, monitoramento, vistorias e apoio no controle dos equipamentos em operação e em fase de implantação, dos lotes de 1 a 6, com a principal função de realizar a análise das ocorrências geradas pelos radares, para que o processamento seja efetuado pelo agente da autoridade de trânsito do DER-MG.