Pesquisadores usam tecnologia para controlar e transformar insetos em produto rico em proteína em Muzambinho
03.11.2025
Controle sustentável das cigarras busca reduzir prejuízos ao café e transforma insetos em farinha.Pesquisadores do Instituto Federal do Sul de Minas querem transformar cigarras capturadas em lavouras de café em uma farinha rica em proteína que pode ser usada na nutrição animal. A ideia é aproveitar os insetos retirados do campo como forma sustentável de controlar a praga que enfraquece as raízes das plantas e causa prejuízos aos produtores.
Com apoio da Cooxupé, o projeto usa armadilhas sonoras para atrair os insetos e reduzir o uso de inseticidas. Depois de coletadas, as cigarras passam por um processo de desidratação e viram um pó nutritivo, que está sendo analisado em laboratório para avaliar seu potencial como fonte de alimento para animais.
Segundo o professor de cafeicultura Felipe Campos Figueiredo, a atuação da armadilha contribui em todo o ciclo do inseto.
“Agora que ela sai do solo para se reproduzir e canta para atrair parceiros, o maior prejuízo já aconteceu, porque as ninfas ficam todo ano no solo, sugando e enfraquecendo a planta. Existem várias formas de combate, inclusive químico, e técnicas como essa, que capturam os insetos que estão voando e evitam nova reinfestação”, explicou.
A iniciativa também busca reduzir a aplicação de inseticidas nas lavouras. Conforme o professor de entomologia do IF Sul de Minas, Daniel Chiaradia Oliveira, o uso da armadilha pode contribuir para a sustentabilidade da cultura do café.
“O objetivo dela é controlar com inseticida. Chegando aqui no campus, tivemos a ideia de utilizar essa máquina como uma forma a mais, pensando em sustentabilidade e na redução de resíduos químicos no café. Os testes que estamos fazendo aqui usam apenas água”, disse.
Os insetos capturados passam por um processo que os transforma em farinha. Daniel Chiaradia explicou que o período para coleta é curto.
“A maior parte da vida ele fica no solo, sugando raízes. No final do ano, eles passam entre 40 e 60 dias fora do solo para se reproduzir, e esse é o período para capturá-los. Depois, os testes para comprovar a eficiência dessa farinha serão realizados ao longo do ano”, afirmou.
No laboratório de entomologia do instituto, as cigarras são desidratadas e viram um produto com alto valor nutritivo. O estudante de engenharia agronômica Washington José Martins conta que a pesquisa avança para determinar o potencial da farinha para a alimentação animal.
“Já foi feita uma análise bromatológica que detectou mais de 70% de proteína. Agora falta identificar os aminoácidos presentes para indicar o uso na nutrição animal”, explicou.
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